Cidade Planejada
No planejamento de colonização previsto pela Companhia de Terras Norte do Paraná, a estação de trem, que seria construída em uma região mais plana, deveria estar localizada no centro da cidade.
O projeto da cidade de Maringá é datado de 1943 e assinado pelo urbanista paulista Jorge de Macedo Vieira, adepto do conceito de “Cidade Jardim” elaborado pelo britânico Ebenezer Howard e responsável pelo projeto de inúmeros bairros de São Paulo. O traçado de Maringá foi desenhado com largas avenidas, canteiros que valorizavam o paisagismo e ruas que seguiam a inclinação natural do relevo o mais fielmente possível.Um fato interessante é que Jorge de Macedo Vieira nunca esteve em Maringá. O historiador do Patrimônio Histórico de Maringá, João Laércio Lopes Leal, conta que o urbanista recebeu a ajuda de Cássio Vidigal, diretor da Companhia de Terras Norte do Paraná e amigo de Jorge de Macedo Vieira dos tempos em que eles frequentaram a Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). E foi a partir de um planejamento desenhado por Cássio Vidigal e tendo como referência algumas fotos aéreas da cidade que Jorge de Macedo Vieira finalizou o projeto de Maringá.
Fundação de Maringá
A fundação oficial de Maringá e data em que a cidade comemora seu aniversário é 10 de maio de 1947, quando a Companhia de Terras Norte do Paraná (que foi adquirida por investidores brasileiros nos anos 1940 e foi rebatizada como Companhia Melhoramentos Norte do Paraná em 1951) abriu um escritório na cidade, no cruzamento entre a avenida Duque de Caxias e a rua Joubert de Carvalho (a construção existe até hoje). Foi nessa data que a Companhia iniciou a venda dos lotes na região do Maringá Novo.
A primeira residência construída no Maringá Novo ficava na Av. Brasil, entre as avenidas Getúlio Vargas e Duque de Caxias, e pertencia ao gerente da Companhia, Alfredo Werner Nyffeler. Construída em madeira, a casa atualmente encontra-se no campus da UEM (Universidade Estadual de Maringá), para onde foi transferida em 1984, e atualmente abriga o Museu da Bacia do Paraná.
Na década de 1950, Maringá pulou de 40.000 habitantes para 100.000, sobressaindo a Vila Operária e o Maringá Velho como regiões mais prósperas, vindo em seguidas as zonas 1,7 e 6. Nesse contexto destacam-se no perímetro urbano as casas comerciais, serrarias, as máquinas de café e as cerealistas.
No irromper dos anos 1960, Maringá registra expansão tanto vertical quanto horizontal, solidificando a posição de centro regional. São erigidos nessa fase edifícios como o Três Marias, Maria Tereza e Maringá, atestando ares de metrópole a cidade. Novos loteamentos aparecem, por exemplo o Jardim Alvorada, a Vila Morangueira, o Mandacaru e o Jardim Universitário, ampliando a zona urbana do município. Na esteira do progresso brotam instituições seminais ao desenvolvimento sócio-econômico, caso da COCAMAR e da UEM.
A fim de extravasar tanta energia acumulada por uma população crescente e laboriosa, criam-se clubes sociais (Maringá Clube, Country Clube), o Parque do Ingá, o Parque Alfredo Nyffeler, o Parque do Japão, o Bosque das Grevíleas, entre outros atrativos de lazer. O esporte também oferta equipamentos referenciais, destacando-se o Estádio Willie Davids e o Ginásio Chico Netto.
Se atualmente Maringá apresenta elevados índices de qualidade de vida, deve isso ao seu povo, em todos os tempos históricos, pois soube escolher os governantes e trabalhou noite e dia para a cidade ser o que é. Portanto, o maior patrimônio maringaense é sua gente, acima de qualquer bem material ou imaterial.